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Em Algodão de Jandaíra, pai denuncia que filha é expulsa de banda marcial por se recusar a tirar foto com prefeita

Publicado: 17/08/2018

Um morador do município de Algodão de Jandaíra, identificado por Pastor João Soares, denunciou por meio das suas redes sociais que a sua filha e uma colega foram expulsas da Banda Marcial do municipio. Motivo? A jovem teria se recusado a tirar uma fotografia com a prefeita Maricleide Izidro. O caso ganhou uma grande repercussão na cidade, e tem gerado uma grande revoltar por parte dos moradores.

Segundo o relato do pai, o caso aconteceu nesta quinta-feira(17), quando  o pai e a filha foram chamados a se apresentar na Escola Municipal Manoel Antônio Coelho de Andrade, pensando que iriam tratar das vestimentas que a filha iria utilizar nos desfiles de 7 de Setembro. Mas o pai ao chegar na escola encontra a filha chorando, e que havia recebido a notícia de que ela havia sido expulsa da banda pela diretora e o instrutor da banda marcial.

O pai diz que a expulsão foi uma retaliação, pelo fato de que a garota se recusou a tirar uma foto com a prefeita Maricleide, durante uma solenidade pública de entrega de instrumentos para a banda marcial. ” E não foi apenas a minha filha que foi punida, a filha de Geane Ferrim também foi banida da banda por cometer o mesmo crime: recusar-se a retirar uma foto com a autoridade da cidade”, completa.

“Em conversa com a diretora Débora, ela nos alegou que foi um constrangimento para a prefeita o ato de recusa das meninas, e que repercutiu de forma negativa”, continua o relato, frisando que a recusa de sua filha adolescente se deve à timidez. “Ela não gosta nem de tirar foto com os pais, quanto mais com políticos”, desabafa.

Até o presente momento a secretária de educação não quis se manifestar sobre o caso, e o portal está à disposição para publicar a sua versão. O pai da estudante esteve no Conselho Tutelar, para denunciar o caso.

Confira abaixo o vídeo e o texto com o relato do pai:

Hoje acordamos cedo e com grandes expectativas, tinhamos recebido um comunicado para nos apresentar a Escola Manoel Antonio Coelho de Andrade, ficamos animados pensando que iriamos tratar de assuntos referentes as vestimentas que seriam usados pelos nossos filhos na Banda. Afinal de contas é a primeira vez que elas vencem a timidez e se interessaram em participar desse tipo de projeto. Que tamanha decepção ao encontrar nossa filha aos prantos no meio da rua, dizendo que tinha sido expulsa da banda pela diretora Debora e pelo instrutor.

Qual o crime que ela cometeu? Nenhum. Ela é apenas extremamente tímida, e em um ato civil publico recusou se a tirar uma foto com a Prefeita Maricleide Izidro durante a entrega dos instrumentos.  E não foi apenas a minha filha que foi punida,  a filha de Geane Ferrim também foi banida da banda por cometer o mesmo crime, recusar-se a tirar uma foto com uma  autoridade da cidade. Não sabia que isso agora era crime. Segundo alguns alunos que estavam hoje no ensaio o instrutor disse que elas foram expulsas da banda para elas aprenderem a obedecê-lo. Em conversa com a diretora Debora ela nos alegou que foi um constrangimento para a prefeita o ato de recusa  das meninas, e que repercutiu de forma negativa.

O fato aconteceu na terça feira e só hoje ficamos sabendo do que aconteceu,  não nos chamaram na Escola, somos pais presentes na educação de nossos filhos, esperaram a minha filha ir para o ensaio juntamente com a filha de Geane e lá lhe deram a noticia, elas saíram constrangidas e humilhadas. Quanto despreparo, quanta  incompetência.  Que moral tem para cobrar algo dos pais dos alunos? Se são tão despreparados quanto a lhe dar com o alunado. Agiram  com dois pesos e duas medidas.  O mais interessante é que a diretora Deborah nos falou que não tem nada a ver com questões politicas, e eu vou fingir que acredito. Pois, fatos piores aconteceram nos ensaios e passaram a mão na cabeça, relevaram.

Seriam pelo fato dos envolvidos serem da atual situação?  Há sim culpados, mas não são essas meninas, elas estão no inicio da adolescência, estão vencendo os seus bloqueios,  a minha mesmo não gosta de tirar foto nem com os pais, quanto mais com políticos.  Por timidez não participa de nenhum ministério da igreja, já passou por acompanhamento psicológico para vencer seus bloqueios e agora que vencem tem os seus sonhos castrados por pessoas que se acham superiores e estão acima do bem e do mal. Eu não aceito isso. Elas não são obrigadas a nada.  A culpa é da incompetência da diretoria dessa Escola que deveria planejar esse tipo de evento com cautela,  e assim evitar esse tipo de situação.

Procurei a secretária de Educação, a mesma estava ausente, liguei não atendeu, mandei mensagem no whatssap, não me respondeu. Procurei a Prefeita, a mesma estava ausente, falei com a irma da prefeita nada foi resolvido, falei com assessores e expus esse problema, queria evitar chegar a esse ponto, não queria expor essa situação publicamente. Procurei alguém de bom senso que intervisse  e evitasse esse trauma para essas meninas que carregaram para o resto da vida, quem já passou por algo do tipo, sabe o quanto isso marca. Quem me conhece sabe que sou um homem de paz e faço de tudo para mante- la.  

Infelizmente não houve uma manifestação da outra parte envolvida. Queria dar a oportunidade de ver essa situação sendo contornada. Queria chegar em um consenso com a Prefeita, creio que é uma mulher sensata e resolveria essa questão, pois talvez a mesma não esteja sabendo que essas meninas passaram por tamanha humilhação.  Porém não obtive resultado. Entendi o silencio como resposta. E por isso estou expondo esse problema, Se fosse com o seu filho, o que você faria? Certamente quem é pai e ama seus filhos ficariam indignado tanto quanto eu.

E como pai não posso me calar. Por isso diante dessas circunstancias entrarei juntamente com Geane Ferrim com uma ação no Ministério Público contra os envolvidos nesse fato. Constrangimento ilegal é crime e está previsto no artigo 146 do Codigo Penal Brasileiro: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda”.

Se eu não defender meus filhos quem vai fazer isso por mim?

João Soares da Silva

 

Da Redação

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