Na Paraíba, o São João é mais que uma festa. É força cultural que pulsa no interior, aquece a economia e gera impactos que vão além do mês de junho. O ciclo junino, que se estende até julho, transforma cidades inteiras em polos de consumo e negócios, movimentando setores como turismo, transporte, alimentação, vestuário e entretenimento. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), as festas de São João geram mais de R$ 2 bilhões por ano no Nordeste. Na Paraíba, conforme dados repassados pelas prefeituras, a movimentação deve superar os R$ 750 milhões.
Esse aumento de circulação de recursos, aliado ao fluxo intenso de visitantes, traz um novo olhar também para o mercado financeiro. Mais do que celebrar a tradição, o São João abre espaço para reflexões sobre a economia local, a gestão de recursos e o futuro financeiro de quem vive e empreende no interior.
Para Larissa Falcão, líder regional da XP no Norte e Nordeste, o desafio é pensar como o mercado pode apoiar de forma mais estruturada esses ciclos sazonais. “O São João gera um pico de liquidez local. Pequenos negócios aumentam suas vendas, o turismo aquece, e há um movimento importante de capital. O mercado financeiro pode ser um aliado, criando soluções que atendam essa sazonalidade, como linhas de crédito ajustadas ao ciclo de vendas e iniciativas de educação financeira voltadas para os empreendedores locais”, explica.
A ideia, segundo Larissa, é ir além do crédito emergencial e trabalhar com soluções que ajudem o empreendedor a se planejar: “Muitos pequenos empresários enfrentam dificuldades nos meses pós-festa por falta de gestão financeira. Por isso, temas como fluxo de caixa, precificação e formação de reservas financeiras são tão urgentes”, completa.
Dados da B3 reforçam que o interesse por investimentos cresce no estado. Na Paraíba são mais de 60 mil contas cadastradas e R$ 2,32 bilhões aplicados. Ainda assim, há um processo gradual de mudança de mentalidade, como explica Hugo Cirne, líder da XP na Paraíba. “O investidor Paraibano, mesmo com perfil mais cauteloso, já começa a olhar para a diversificação como forma de proteger seu patrimônio. E isso vale também para os empreendedores juninos, que precisam aprender a transformar o lucro da alta temporada em segurança para o restante do ano”.
Outro fator determinante é a força do relacionamento presencial. No interior da paraíba, a confiança no assessor e o atendimento personalizado seguem como diferenciais essenciais. “O olho no olho continua sendo fundamental. Nosso trabalho tem sido justamente criar esse elo, entender as dores locais e construir soluções que façam sentido para cada realidade”, afirma Hugo.
Cidades como Campina Grande, Patos e Bananeiras são exemplos de como a festa movimenta não apenas a cultura, mas também o potencial econômico da região. Durante o São João, o aumento de turistas e o fortalecimento do comércio trazem novas possibilidades para o desenvolvimento financeiro local.
Entre a tradição das quadrilhas e o som das sanfonas, o que se vê é uma Paraíba que celebra suas raízes enquanto avança na construção de um futuro mais próspero para quem vive do próprio negócio, e para quem decide investir nele.
Assessoria