Número de resgatados em trabalho análogo à escravidão cresce mais de 250% na Paraíba

Em 2025, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão na Paraíba, a maioria em obras da construção civil, segundo o MPT.

Publicado: 04/08/2025

Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação



O número de pessoas resgatadas de trabalho análogo à escravidão no estado aumentou 263% entre 2023 e 2025. Em 2023, foram 62 resgates. Neste ano, já são 225. Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB).

A maior parte das vítimas atuava em obras da construção civil, especialmente em João Pessoa e Cabedelo. Do total, 94% foram encontrados nessas atividades.

A fiscalização resultou no pagamento de mais de R$ 2 milhões em verbas rescisórias e indenizações por danos morais. Os valores foram pagos pelas empresas após a atuação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do MPT e da Defensoria Pública da União (DPU). Em alguns casos, os empregadores firmaram Termos de Ajuste de Conduta (TACs).

Além dos resgates feitos na Paraíba, o MPT também chama atenção para outro cenário: paraibanos estão sendo levados para outros estados e entrando em condições semelhantes à escravidão. Em muitos casos, são aliciados em cidades do interior e levados à capital com a promessa de emprego formal.

“Novas situações de exploração do trabalho em condição análoga ao de escravo estão sendo identificadas na Paraíba, inclusive na última semana, em João Pessoa e Cabedelo. Quem procura trabalho não pode encontrar escravidão”, afirmou a procuradora do Trabalho Marcela Asfóra, coordenadora regional da Conaete/MPT.

Mais de 100 resgatados em operação recente

A operação mais recente, entre os dias 14 e 23 de julho, resgatou 112 trabalhadores em canteiros de obras em João Pessoa e Cabedelo.

A ação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), com coordenação do MTE e apoio do MPT, da DPU, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).

Esses trabalhadores atuavam em obras de oito empresas diferentes. Muitos vieram de, pelo menos, 20 municípios paraibanos, como Alagoa GrandeCampina GrandeGuarabiraPilar, entre outras. Além de estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

“Ou seja, o tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo é uma realidade e não podemos, de forma alguma, fechar os olhos para esse crime”, alertou Marcela Asfóra.

Como denunciar trabalho análogo à escravidão

Casos de trabalho análogo ao de escravo podem ser denunciados de forma anônima. As denúncias podem ser feitas:

Fonte: g1 PB

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