O secretário de Comunicação Institucional do Governo da Paraíba, Luís Tôrres, acusou, nesta quinta-feira (23), durante entrevista ao programa Correio Debate, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) de praticar crime eleitoral ao utilizar a saúde de João Pessoa como moeda de troca em acordos com outros prefeitos do interior, mirando as eleições para o Governo do Estado, em 2018.
A acusação surgiu após o secretário ouvir uma declaração do prefeito que acusava o governo do Estado de negligenciar a saúde no interior do Estado e provocar a vinda das pessoas necessitadas do interior para serem atendidas nos hospitais da Capital.
Segundo o secretário, a declaração de Cartaxo não era apenas uma piada, como também uma confissão de crime eleitoral explícito.
“Isso é uma piada e é uma confissão de crime eleitoral. É uma piada porque o prefeito Luciano Cartaxo, que deixa o Trauminha como está, não pode falar em exemplo de saúde. Que deixa os postos do PSF sem médico, não pode falar em excelência em saúde. Agora é uma confissão de crime eleitoral porque eu até me surpreendo com o prefeito dizendo uma coisa dessas, porque o que Cartaxo tem que explicar é por que o pessoense está com tanta dificuldade de marcar consulta e exame aqui em João Pessoa. Quando sabem que o paciente é de João Pessoa, há atraso. Isso acontece porque o prefeito está dando espaços para cidadãos de outros municípios? Eu respondo: porque já há aí um processo de acordos. O prefeito está fechando acordos políticos eleitorais com outros prefeitos para que eles encaminhem seus cabos eleitorais nessas cidades em detrimento dos cidadãos de João Pessoa”, denunciou.
Torres ainda lembrou que há época da gestão de Ricardo Coutinho como prefeito na Capital foi criada uma estrutura para que os pacientes pudessem ser atendidos em quaisquer postos, podendo fazer a marcação de seus exames, mas Cartaxo desmontou essa estratégia porque seria mais fácil centralizar a marcação de exames em um único local a fim de fazer o controle de prioridades de atendimento.
“Esse sistema foi desmontado pelo prefeito de João Pessoa porque é mais fácil fazer um acordo com um prefeito do interior e dizer, manda aí tua Combe com seu povo que eu vou abrir espaço em detrimento do pessoense, é isso que o prefeito precisa explicar”, disparou.
O secretário não informou se iria levar o caso à Justiça Eleitoral ou ao Ministério Público para investigações.
Já a prefeitura de João Pessoa ainda não se pronunciou sobre o caso.
PB Agora