
O caso das oito crianças resgatadas na segunda-feira (08) pela Vara da Infância e Juventude com o apoio da Polícia Militar, no bairro de Mandacaru em João Pessoa, após denúncias de que elas viveriam em condições subumanas e sendo vítimas de maus-tratos, ganhou um novo capítulo neste sábado (13).
A reportagem visitou o local e falou com os pais das crianças. A mulher está desempregada e afirmou que o marido trabalha como pedreiro e faz bicos com reciclagem. Emocionados, eles contaram que estão passando por dificuldades financeiras e não têm condições de suprir as necessidades básicas da família. Além disso, eles apelaram por ajuda e divulgaram um número de telefone para quem puder e quiser fazer doações ou auxílio: (83) 98714-0983 – falar com Jessiara.
A mãe negou que estivesse mantendo as crianças em cárcere privado e afirmou que a denúncia foi feita “por maldade”, porém confirmou que os filhos não estudam.O repórter Ricardo Martins foi até o local e constatou as condições precárias que a família vive.
De acordo com o policial militar Thierry, as crianças não tinham acesso à necessidades básicas, como alimentação, vestimentas, remédios e uma das vítimas era portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mantida em um quarto, ela não tinha sequer acesso aos outros cômodos, fazendo inclusive suas necessidades básicas no dormitório.
“Uma situação extremamente desagradável de ver”, afirmou o policial em entrevista ao programa Rota da Notícia, na TV Arapuan.
As crianças têm idades entre 1 e 12 anos e os pais estavam presentes no momento da abordagem. Conforme a PM, o pai é pedreiro e a mãe está desempregada e não têm condições de criar os filhos. Eles resistiram à intervenção no começo, mas depois cederam e permitiram que as vítimas fossem levadas.
As crianças foram encaminhadas para uma casa de acolhimento no bairro Treze de Maio, na capital.
Redação com Ricardo Martins