Enquanto muitas cidades brasileiras enfrentam o desafio de conciliar a realização de grandes eventos culturais com a responsabilidade fiscal, o município de Esperança, no Agreste da Paraíba, tem mostrado que é possível celebrar com equilíbrio e boa gestão. De acordo com relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), elaborado com base nos dados do Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (SAGRES) e consolidados até 31 de julho de 2025, Esperança realiza um dos maiores festejos juninos do Agreste com gasto per capita abaixo da média estadual.
O levantamento aponta que o investimento por habitante no São João de Esperança foi de R$ 90,87, enquanto o gasto anual em saúde alcançou R$ 997,41 por pessoa. A proporção representa apenas 9,11%, ou seja, para cada R$ 1,00 aplicado na festa junina, o município investe cerca de R$ 11,00 em saúde pública.
O Procurador-Geral do munícipio, o advogado Dr. Arthur Richardisson, afirma que “mesmo figurando entre os dez municípios paraibanos com maiores gastos absolutos em eventos juninos, totalizando R$ 2.962.175,54, Esperança apresenta custo por habitante menor que cidades como Santa Luzia (R$ 492,69), Sapé (R$ 145,91) e Conceição (R$ 138,07)”, afirma o advogado. “Esses números confirmam a proporcionalidade fiscal e o compromisso com a sustentabilidade das contas públicas, garantindo o equilíbrio entre cultura e responsabilidade orçamentária”, reforça ele.
O comparativo com municípios de porte semelhante mostra que, em algumas localidades, as festas populares chegam a representar entre 15% e 20% dos recursos destinados à saúde — percentual significativamente maior que o de Esperança. O desempenho coloca o município como referência regional em eficiência fiscal e planejamento orçamentário, demonstrando que é possível promover eventos de grande porte sem comprometer o caixa público.
Além de sua relevância cultural, o São João de Esperança tem papel fundamental no desenvolvimento econômico e social. A festa movimenta o comércio, impulsiona o turismo e aquece o setor de serviços, gerando empregos temporários e fortalecendo a economia local. Segundo o Procurador-Geral, a interpretação dos dados obtidos do relatório consolida o pensamento de que o São João Mais Arretado do Agreste é mais que um evento: “o São João é mais do que uma festa: é uma política de desenvolvimento. Cada real investido retorna em forma de renda, oportunidade e fortalecimento da cultura regional.”, destacou Dr. Arthur Richardisson.
Para ele, a cidade apresentou um equilíbrio financeiro com os festejos. Ainda que Esperança figure entre os municípios com maiores valores absolutos aplicados nas festividades, a análise per capita coloca a cidade na 57ª posição, o que reforça a eficiência e o bom uso dos recursos públicos: “o munícipio se consolidou como uma das cidades com maior projeção no São João da Paraíba, valorizando artistas da terra, grupos folclóricos e atrações nacionais. Além do teor cultural, o evento teve impacto direto na economia regional: todas as hospedagens ficaram lotadas e os restaurantes registraram aumento expressivo no faturamento durante o período junino. Isso mostra o quanto o município está preparado para produzir e receber eventos desse porte”, completou ele.
O relatório do TCE-PB também evidencia a atuação integrada entre a Secretaria de Finanças e a Procuradoria Municipal, cuja parceria tem sido essencial para assegurar que as ações culturais do município sejam realizadas dentro dos limites legais e em total conformidade com as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), reforçando o compromisso da gestão com a transparência e o uso responsável dos recursos públicos.
Assessora de Imprensa










