Vinte e três imóveis nos arredores do local da explosão que deixou uma pessoa morta ontem no Tatuapé, na zona leste de São Paulo, estão interditados pela Defesa Civil.
O que aconteceu?
Doze dos imóveis foram totalmente interditados e outros 11 foram interditados de forma parcial. O balanço dos danos ainda é feito pela Defesa Civil na manhã de hoje.
Endereços interditados têm danos estruturais, informou o órgão. Segundo a Defesa Civil, os locais interditados são imóveis comerciais e residenciais. Além das residências, carros foram danificados pela explosão.
Casa interditada mais distante do ponto da explosão fica a 150 metros do endereço. Segundo a Defesa Civil, as avaliações iniciais foram feitas por equipes da subprefeitura da Mooca, mas uma nova avaliação pode aumentar o número de estruturas interditadas.
As residências vizinhas ao ponto da explosão foram as mais afetadas, com rachaduras e muros derrubados.
O morador de uma das casas interditadas contou ao UOL que não conseguiu calcular os estragos até o momento. O motorista de aplicativo Paulo Henrique Ribeiro, 37, afirmou que mora de aluguel há 20 anos e que o teto da residência em que vive ficou destruído após a explosão. Ele tinha acabado de chegar do trabalho no momento do ocorrido.
“A gente não sabe ainda [para onde vai]. A gente não sabe o que vai acontecer. Se ao menos a gente conseguir entrar para pegar as coisas de valor. No momento a gente está sem rumo”, relatou.
Moradores das casas interditadas foram abrigados por familiares. Não há um número exato de quantas pessoas ficaram desalojadas.
O imóvel onde a explosão aconteceu ficou totalmente destruído. Ele fica na rua Francisco Bueno, 79, e um incêndio aconteceu no local logo após a explosão. Além da morte, outras 10 pessoas ficaram feridas. Quatro delas precisaram de atendimento médico.
Homem que morreu tinha passagens por soltar balões
Adir de Oliveira Mariano foi notificado pelo crime duas vezes: uma no ano de 2011 e outra no ano de 2012. A informação foi dada pelo delegado Felipe Soares, da 5ª CERCO (Central Especializada em Repressão ao Crime Organizado), responsável pelas investigações, na manhã de hoje.
Ele já tinha sido absolvido em uma das investigações e seguia respondendo por outra, segundo a polícia. Soltar balões no Brasil é um crime ambiental com pena prevista de um a três anos de prisão, ou multa.
Identificação oficial do homem só acontecerá por laudo pericial, já que corpo estava “totalmente carbonizado” e familiar não conseguiu reconhecer o homem. A polícia trata Adir como morto porque ele estaria na residência no momento da explosão e está desaparecido desde então.
O homem se apresentava como baloeiro nas redes sociais e não tinha autorização para armazenar os explosivos em casa. À polícia, a esposa dele informou que não sabia que os materiais eram guardados no fundo da residência. O celular dela foi apreendido e passará por perícia.
Entre os destroços encontrados estavam equipamentos usados em baloagem e cilindros usados para fogos de artifício. Os objetos foram achados em uma vistoria preliminar, já que o local só foi liberado pelos bombeiros na madrugada de hoje e ainda vai passar por perícia da polícia.
Aluguel do imóvel, que ficava rua Francisco Bueno, 79, estava no nome do irmão de Adir. O fundo da mesma casa, dava para a avenida Salim Farah Maluf, de onde a explosão também foi sentida e danificou estabelecimentos vizinhos.
Entenda o caso
Imóvel que armazenava fogos de artifício na Rua Francisco Bueno, 79, explodiu. O fundo da mesma casa, dava para a avenida Salim Farah Maluf, de onde a explosão também foi sentida e danificou estabelecimentos vizinhos.
Explosão aconteceu por volta das 19h08 e interrompeu trânsito no local. Imagens de câmeras de segurança publicadas nas redes sociais mostram carros e motos freando abruptamente quando ocorre a explosão, seguida de um clarão. Com o impacto, um dos motociclistas que passava pelo local chegou a cair do veículo.
Uma pessoa morreu e ao menos dez ficaram feridas. Quatro delas foram hospitalizadas e outras seis pessoas tiveram ferimentos leves, foram avaliadas pelas equipes e não precisaram de encaminhamento.
Polícia isolou o local por risco de novas explosões. Moradores vizinhos à residência que armazenava os explosivos ainda não puderam retornar para casa, impedidos por policiais. À reportagem, autoridades confirmaram que o local ainda pode armazenar artefatos com risco de explodir.
Detritos da explosão chegaram a um posto de gasolina nas proximidades. Veículos ficaram parcialmente destruídos.
Fonte: Uol









