Gaeco deflagra operação para investigar desvios de recursos públicos no Hospital Padre Zé e cumpre mandados em três cidades

Operação Indignus tem como alvo possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas.

Publicado: 05/10/2023

Foto: Divulgação/Gaeco



A Força Tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco), pela Polícia Civil da Paraíba da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social, pela Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba e pela Controladoria-Geral do Estado da Paraíba, deflagraram, na manhã desta quinta-feira (05) a “Operação Indignus”.

A operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA. Segundo as investigações há indícios de possíves desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela  4ª Vara Criminal de João Pessoa. São oito mandados cumpridos na capital paraibana, um no município do Conde e dois no município de São Paulo (SP). Na capital os mandados cumpridos são nos bairros do Bessa e Cabo Branco, na área nobre. 

De acordo com o Gaeco, a investigação aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.

As condutas, a princípio, indicam a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e falsificação de documentos públicos e privados, segundo apurou a reportagem do ClickPB.

A Indignus conta com a participação de 36 integrantes do GAECO-PB (incluindo membros e servidores), com 28 integrantes da Polícia Civil da Paraíba (delegados e policiais civis), com 8 componentes do GAECO-SP, além do apoio da SEFAZ e CGE, formando uma efetivo de aproximadamente 72 agentes públicos. 

ESCÂNDALO DOS TELEFONES

A existência de uma suposta organização criminosa no Hospital Padre Zé, na Zona Norte de João Pessoa, veio a tona no último mês devido a denúncia do suposto desvio de telefones celulares de luxo, doados pela Receita Federal, a unidade de saúde. Um ex-funcionário da unidade é suspeito de ter causado um rombo de mais de meio milhão de reais por meio do furto e venda dos aparelhos. 

Os mesmos foram destinados pela Receita Federal ao hospital para auxiliar nas finanças da unidade, o que segundo as investigações não teria sido cumprido. São alvos da investigação Samuel Rodrigues Cunha, o ex-funcionário e a administração do hospital à época, que inclui o agora ex-diretor, pároco Egídio. 

Além deste caso uma denúncia havia sido protocolada no Ministério Público da Paraíba (MPPB) sobre supostas irregularidades nas finanças da casa de saúde, envolvendo o alto escalão.

PADRE FOI AFASTADO DA IGREJA

Devido ao escândalo, o pároco renunciou a direção da unidade hospitalar. A igreja católica, por meio do arcebispo Dom Manoel Delson, proibiu o padre Egídio de Carvalho Neto de realizar qualquer tipo de sacramento na Igreja Católica até o fim das investigações sobre o escândalo do furto de celulares no Hospital Padre Zé. 

O religioso fica impedido de celebrar casamentos, batizados e cerimônias de crisma, por exemplo. O comunicado da Arquidiocese foi feito no último dia 27.

Com Joaquim Neto/ClickPB

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