Justiça condena sete pessoas por sequestro, cárcere privado e tortura em comunidade terapêutica de Lagoa Seca

Proprietários do estabelecimento foram condenados a mais de 7 anos de prisão; crimes foram praticados contra cinco internos entre 2023 e 2024.

Publicado: 26/03/2025

FOTO: REPRODUÇÃO

A Justiça da Paraíba decidiu pela condenação de sete pessoas pela prática de sequestro, cárcere privado e tortura. Os crimes foram praticados contra cinco internos, nos anos de 2023 e 2024, na Comunidade Terapêutica “Homens de Valor”, localizada na zona rural do município de Lagoa Seca.

Os crimes foram descobertos após uma inspeção do Ministério Público da Paraíba (MPPB) no local, que resultou no resgate de 38 dependentes químicos, em agosto do ano passado.

Um dos proprietários do estabelecimento, Celino Costa, foi condenado a sete anos e 10 meses de reclusão. A outra dona da comunidade, Michelle de Lima Olegário, e o terapeuta Neyson Oliveira Silva foram condenados, a sete anos e quatro meses de reclusão, cada um.

Já os monitores Davi Albuquerque Gomes, Gabriel Alves Pereira Inocêncio, Lucas Michel Andrade Santos e Jeferson da Silva Guedes foram condenados a cinco anos e quatro meses de reclusão, cada um. Todos deverão cumprir a pena inicialmente em regime semiaberto em estabelecimento prisional indicado pelo Juízo da Execução Penal.

Internos eram ameaçados

Segundo o MPPB, durante a instrução do processo, foi constatado que Celino de Farias exercia a função de gestor e terapeuta e era o responsável pela “captura” e/ou “resgate” compulsório dos internos, usando para isso arma de fogo para impedir qualquer tipo de reação ou negativa do internando de não ser levado até a sua clínica.

Michelle Lima, por sua vez, atuava como diretora administrativa e enfermeira. Ela permitiu a “captura” forçada de internos; sabia dos métodos violentos de Celino para realizar tais “capturas” e era conivente com os castigos físicos e psíquicos e com as sessões de torturas contra os pacientes.

Também ficou comprovado que os demais acusados também foram responsáveis diretos pela colocação, monitoramento e manutenção dos pacientes em cárcere privado e sessões de tortura. Todos agiram sob o pretexto de dar um tratamento a dependentes químicos.

Com Portal Correio

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