Na manhã desta quarta-feira (3), por volta das 5h, policiais militares do 13º Batalhão deflagraram uma operação para cumprir mandados de prisão contra o vereador de Aguiar, Francisco Alves Leite, conhecido como “Choco Cassimiro”, e seu cunhado, o empresário Magomante Filho, popularmente chamado de “Mantim”. Ambos são investigados por crimes de homicídio e considerados foragidos da Justiça.
As diligências levaram os militares a um trecho de serra na zona rural do município, onde os acusados estariam escondidos. Segundo a Polícia Militar, ao perceber a chegada das guarnições, os dois efetuaram disparos contra os policiais, que revidaram. Na sequência, a dupla conseguiu fugir por uma área de mata.
Durante a ação, os policiais encontraram um arsenal de armas de fogo, composto por uma espingarda calibre 12, duas pistolas calibre 380, um revólver calibre 38, além de munições e outros objetos. Todo o material foi apreendido e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil.
Filho de 15 anos estava no local
No momento da abordagem, um adolescente de 15 anos, filho do vereador, também estava no acampamento improvisado na serra. O jovem, que é autista, foi usado como escudo pelo pai durante os disparos, segundo relatos do comandante da operação, major C. Lima.
“Há três meses estávamos atrás do vereador. Ele é apontado como membro de milícia e considerado o terror da cidade, já que muitos moradores tinham medo de denunciá-lo. Para surpresa nossa, encontramos o vereador com o filho de 15 anos e com o cunhado, acusado de duplo homicídio em maio”, afirmou o major em entrevista ao repórter João Alencar.
A mãe do adolescente, ex-esposa do vereador, agradeceu à Polícia Militar pela preservação da vida do filho. “Graças a Deus ele está bem. A polícia preservou a vida dele, e só tenho a agradecer por isso”, declarou.
Investigações continuam
Segundo a PM, denúncias recentes de moradores da região ajudaram a localizar o esconderijo, que ficava em uma área de difícil acesso. O major C. Lima destacou que as buscas pelos dois foragidos seguem sendo realizadas na mata.
“Desde maio estamos tentando capturar os acusados. A polícia militar está aqui para salvaguardar o cidadão de bem, e vamos continuar as diligências até que eles sejam encontrados”, completou o comandante.
Em junho, a Polícia Civil divulgou detalhes das investigações e apontou o envolvimentos dos dois foragidos em crimes que chocaram o município. Entenda abaixo.
Caso 1: Assassinato do professor Daniel Júnior
O primeiro crime refere-se ao assassinato do professor Daniel José de Sousa Júnior, de 38 anos, ocorrido no dia 5 de fevereiro de 2024, no Centro da cidade de Aguiar. Segundo relatos de testemunhas, a vítima foi surpreendida e alvejada com pelo menos seis disparos de arma de fogo, vindo a óbito no local.
O principal suspeito do crime é o vereador do município, Francisco Alves Leite, conhecido como “Choco Cassimiro”, que teve mandado de prisão expedido no dia 16 de abril, mas segue foragido da Justiça. A investigação já resultou em denúncia formal do Ministério Público e o processo tramita no Judiciário.
Segundo o delegado Ilamilto Simplicio, o parlamentar teve participação direta na execução do profissional de educação; inclusive ele teria sido o autor dos disparos.
Caso 2: Duplo homicídio na zona rural
O segundo foragido é o empresário Magomante Filho, conhecido popularmente como “Mantim”, investigado por um duplo homicídio ocorrido no último domingo, 1º de junho, na zona rural do município, mais precisamente em uma estrada vicinal do Sítio Mandu.
As vítimas foram Francisco Rogério de Lacerda Lopes e Gustavo Leandro Amancio, ambos de 31 anos, que foram brutalmente executados, causando grande comoção na região. Desde então, o acusado também está foragido.
A Polícia Civil solicita o apoio da população para localizar os suspeitos. Informações podem ser enviadas de forma anônima e segura através do site https://197.pc.pb.gov.br, onde é possível anexar fotos, vídeos ou textos.
Outra opção é o Disque-Denúncia 197, que garante sigilo absoluto da identidade do denunciante.
As autoridades ressaltam que a colaboração popular é essencial para a elucidação dos crimes e para garantir que os responsáveis respondam na forma da lei.
Com Patos Online
