
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) anunciou nesta 3ª feira (20.jul.2021) que irá reconduzir Augusto Aras, atual procurador-geral da República, a um novo mandato de 2 anos. Pela 2ª vez, o presidente ignora a lista tríplice formada pela categoria.
“Encaminhei ao Senado Federal mensagem na qual proponho a recondução ao cargo de Procurador-Geral da República o Sr. Antônio Augusto Aras”, escreveu o presidente, em sua conta no Twitter.
Aras deverá passar por nova sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Em seguida, o plenário deverá validar a recondução por, no mínimo, 41 votos favoráveis.
A escolha de Aras era esperada dentro do Ministério Público — o atual procurador-geral contava com apoio politico do Planalto e buscava a recondução do mandato ou uma indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal), que acabou destinada ao advogado-geral da União André Mendonça.
O pedido foi assinado pelos subprocuradores Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e Mario Bonsaglia, os 3 subprocuradores mais votados da lista tríplice, e por José Adonis Callou e José Elaeres Marques Teixeira.
Agora, o anúncio dobra a aposta do Planalto no nome de Mendonça ao STF. Aras era considerado um “plano B” a ser acionado se o advogado-geral não conseguisse superar as resistências de senadores.
Aras se manifestou por meio de nota e se disse honrado com a recondução. “Reafirmo meu compromisso de bem e fielmente cumprir a Constituição e as leis do país”, escreveu.
Internamente, porém, o PGR enfrenta desgastes com a cúpula da Procuradoria. Na última 3ª feira (13.jul), integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal cobraram de Aras a abertura de investigação sobre as declarações de Bolsonaro contra a urna eletrônica e o sistema eleitoral.
No dia seguinte, mais de 30 subprocuradores da República assinaram ofício conjunto manifestando apoio aos integrantes do Conselho e cobrando uma “atuação firme” de Aras em relação às falas de Bolsonaro. O PGR não se manifestou nas últimas semanas sobre os ataques do presidente ao ministro Roberto Barroso, do STF.
Poder 360