Em um marco histórico para o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), Alanna Galdino tomou posse nesta quarta-feira (30) como a primeira mulher a integrar o colegiado da Corte. Em seu discurso, ela destacou o simbolismo de sua nomeação como um avanço institucional no enfrentamento à desigualdade de gênero.
“A Paraíba hoje dá um passo firme na consolidação de políticas públicas e institucionais que enfrentam, de forma concreta, a desigualdade de gênero”, declarou Alanna, em tom emocionado e comprometido.
A posse ocorreu logo após a aprovação unânime de seu nome em sessão do pleno do TCE. O conselheiro relator Nominando Diniz rejeitou todas as preliminares levantadas pelo Ministério Público de Contas, fundamentando seu voto com base em jurisprudência de tribunais superiores e do próprio TCE-PB. Os conselheiros Arnóbio Viana, Fernando Catão, Antônio Gomes e André Carlo Torres acompanharam o relator.
Alanna foi indicada pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), com 31 votos favoráveis em plenário, após aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). A bancada feminina da ALPB teve papel central no apoio à sua indicação, defendendo maior representatividade feminina nos espaços de decisão e controle.
Ao assumir o cargo, a nova conselheira destacou seu compromisso com o trabalho técnico e a ética na função. “Assumo esta função com serenidade, determinada a honrar esta escolha com trabalho técnico, com ética e sempre com compromisso público. Que este seja apenas o começo de uma nova fase para o TCE-PB, onde o mérito, a capacidade e a diversidade caminhem lado a lado.”
Em seu pronunciamento, Alanna também abordou os questionamentos feitos durante o processo de sua nomeação. Com postura democrática, afirmou: “Quero registrar meu respeito aos questionamentos que surgiram. Eles fazem parte da natureza democrática das nossas instituições. Divergir é saudável — é por meio do debate público que se fortalece a democracia.”
A nova conselheira ocupará a vaga deixada por Arthur Cunha Lima, que se aposentou no final de 2024. Segundo o rito legal, a indicação da ALPB foi nomeada pelo governador João Azevêdo e, posteriormente, homologada pelo Tribunal.
Ao final do discurso, Alanna fez um agradecimento pessoal e com forte carga simbólica, reforçando sua trajetória e raízes familiares: “Eu, Alanna Camila Santos Galdino Vieira — esposa, mãe, cristã, mulher paraibana […] agradeço a Deus por este momento e a todos que fizeram parte desta caminhada.”
PB Agora
