VÍDEO: Manifestantes queimam boneco de Trump na Paulista

Protesto em São Paulo contra tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros contou com críticas ao governo Bolsonaro e ao presidente Trump, além de exigir taxação de super-ricos.

Publicado: 11/07/2025

Foto: Bruno Santos/Folhapress



Nesta quinta-feira (10), manifestantes de movimentos de esquerda se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. O ato, liderado pela Frente Povo Sem Medo e pelo MTST, contou com a queima de um boneco representando o presidente americano, Donald Trump, em um claro ato de repúdio.

Inicialmente convocado para pressionar pela taxação dos super-ricos e pela isenção de impostos para a população de baixa renda, o protesto passou a ter um foco adicional na crise diplomática gerada pelas declarações de Trump. Com cartazes e faixas contra figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o próprio Trump, o ato reuniu milhares de pessoas em frente ao Masp. Gritando palavras de ordem contra o “imperialismo americano”, os manifestantes também atacaram a alegada submissão das lideranças de direita brasileiras aos interesses estrangeiros. Frases como “o Brasil não será tutelado” e “fora Tarcísio” foram ouvidas durante o evento.

O deputado Rui Falcão (PT) subiu no carro de som e criticou a decisão de Trump, chamando-a de “absurda” e a classificando como incentivada por bolsonaristas. Natalia Szermeta, do MTST e esposa do deputado Guilherme Boulos (PSOL), também expressou seu desagrado em relação à oposição, afirmando que “nem Bolsonaro, nem sua família, nunca foram patriotas”.

O protesto também repudiou a ideia de anistiar os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Militantes lembraram que a ação de Trump foi uma reação à defesa de Bolsonaro, que atualmente está sendo julgado pelo STF. A carta enviada por Trump ao governo brasileiro foi destacada como um exemplo claro de ingerência externa.

Ana Carla Perles, coordenadora da Frente Povo Sem Medo, afirmou que, caso Trump não reverta sua posição, novas manifestações estão previstas. Ela reforçou que o ato tinha o objetivo de conversar com a população e denunciar o impacto das decisões de Washington sobre o Brasil.

Durante a manifestação, as faixas da CUT, UGT, PT e PSOL mostraram críticas ao Congresso e à atual carga de trabalho 6×1. O ato contou com a presença de jovens, trabalhadores e líderes populares, que reforçaram o caráter plural do evento. As redes sociais desempenharam um papel importante na mobilização, com a postagem do presidente Lula sobre o tema alcançando três vezes mais engajamento do que a de Bolsonaro.

Além da queima do boneco de Trump, os manifestantes usaram imagens, músicas e vídeos para ironizar a aproximação entre a extrema direita brasileira e o presidente dos EUA. A militância também utilizou tecnologia e inteligência artificial para espalhar peças com o slogan “Lula quer taxar os bilionários; Bolsonaro quer taxar o Brasil”. Apesar da tensão causada pela imposição das tarifas, o governo Lula mantém seu discurso de reciprocidade e defesa da soberania nacional.

Assista: https://www.instagram.com/reel/DL8g88Iv9Ml/?igsh=bWFjZzBxZGFxbGx0

Com Informações do DCM

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