Com a elevação do custo do crédito, os paraibanos devem enfrentar um cenário econômico mais desafiador. Esse aumento tende a impactar negativamente diversos setores, com destaque para o imobiliário, que depende significativamente de financiamentos. Por outro lado, investidores com perfis mais conservadores poderão se beneficiar de retornos mais atrativos em suas aplicações diante desse contexto de juros mais altos.
A Selic chegou a 14,25% ao ano após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no final de março, o maior nível desde outubro de 2016. E, segundo análise de economistas da XP, a taxa básica de juros deve continuar em alta. A previsão é de que os juros cheguem a 15,5% a.a. em junho, para só então começarem uma trajetória de queda.
A expectativa segue a indicação da ata do próprio Copom, que sinalizou a possibilidade de ajuste positivo na taxa na próxima reunião. A projeção da XP é de uma alta de 0,75 p.p. em maio e de 0,5 p.p. em junho.
“Para além do impacto macroeconômico, essa movimentação influencia no rendimento dos investimentos, então os investidores devem ficar de olho”, coloca Larissa Falcão, líder regional da XP Norte e Nordeste.
Impacto no bolso
O cenário é uma boa notícia para investidores da renda fixa, que verão um aumento no rendimento de ativos como Tesouro Selic, CDBs e CDIs. Por outro lado, quem quer financiar um imóvel pode se deparar com taxas de juros mais altas.
Por mais que o aumento da Selic demore alguns meses para se refletir nos juros imobiliários, as altas recentes na taxa já tiveram impacto no valor financiado nacionalmente. Segundo dados da Abecip, em fevereiro foram financiados R$ 12,7 bilhões, uma queda de 27% em relação aos R$ 17,6 bilhões de dezembro do ano passado.
Para Hugo Cirne, líder comercial da XP na Paraíba, pode valer a pena esperar um pouco para colocar o sonho da casa própria em prática.

“O aumento da taxa Selic pode tornar menos vantajoso para os paraibanos a compra de imóveis via financiamento devido ao aumento dos juros. Para o investidor, o mercado financeiro dispõe de várias alternativas para investir de forma direta ou indireta em imoveis. É sempre recomendável avaliar as condições financeiras e as perspectivas do mercado antes de tomar uma decisão”, diz.
Da Assessoria