Decisão liminar retira imóveis do leilão de bens da Braiscompany

Leilão de bens ligados à Braiscompany acontece nesta quarta-feira (28). Bens totalizam R$ 6,1 milhões.

Publicado: 28/06/2023

FOTO: REPRODUÇÃO

Uma decisão liminar retirou do leilão dos bens ligados a investigados no caso Braiscompany os imóveis que estavam na lista. A Braiscompany, empresa paraibana alvo da Operação Halving, é investigada por crimes contra o sistema financeiro. O leilão acontece nesta quarta-feira (28) às 9h. Entre os bens retirados, estava uma mansão avaliada em mais de R$ 2,8 milhões.

De acordo com a decisão do mandado de segurança criminal, com pedido de liminar, do desembargador Sebastião José Vasques de Moraes, a alienação antecipada de bens configura uma medida precipitada, já que a ação penal ainda não foi ajuizada.

Os outros bens, como os carros de luxo – Porsche Cayenne, Dodge RAM 2500 e Land Rover Evoque – e uma moto aquátic, seguem na lista do leilão. (veja a lista completa no final do texto).

O lance inicial para os bens é o preço de avaliação. Os interessados precisavam ter se cadastrado com 72 horas de antecedência em um site especializado, onde o leilão irá ocorrer virtualmente.

Conforme a Justiça Federal da Paraíba (JFPB), um segundo leilão está marcado para acontecer no dia 6 de julho. Nele, os bens poderão ser comprados por um preço não inferior a 80% do valor da avaliação.

Como participar do leilão

Segundo a decisão, pessoas físicas e jurídicas com situação regularmente constituídas podem concorrer à compra dos bens leiloados.

Para participar, é preciso se cadastrar no site do leilão com pelo menos 72 horas de antecedência.

Servidores do setor de leilões da 4ª Vara Federal de Campina Grande, junto com o leiloeiro público oficial, estarão disponíveis para esclarecer dúvidas dos interessados.

Imóveis retirados do leilão

Um dos imóveis retirados do leilão por decisão liminar é uma mansão avaliada em mais de R$ 2,8 milhões. A propriedade está localizada em um condomínio horizontal de luxo, Atmosphera Eco Residence, Lote 156, na BR-104, em Lagoa Seca. O imóvel pertecencia ao dono da empresa, Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Ais.

Foto: Justiça Federal na Paraíba/Divulgação

A casa tem quatro suítes, garagem para quatro carros, espaço fitness, elevador, espaço gourmet, deck, solarium, depósito, piscina coberta e um sótão. A área construída é de 465,09 m².

Outros dois imóveis também estavam na lista de bens leiloados. Um deles é uma casa avaliada em R$ 150 mil, no bairro Três Irmãs, em Campina Grande. O outro é uma mansão em fase de construção, em um condomínio de luxo de Campina Grande. Apesar da obra estar em andamento, o lote já conta com salão de jogos, sala para cinema e poço para elevador.

Bens disponíveis no leilão da Braiscompany

  • Porsche Cayenne PHEV Azul (2021/2022) – Avaliado em R$ 745.000,00

Veículo em ótimo estado de uso e conservação.

 Foto: Reprodução/JFPB

  • Land Rover Evoque Pure P5D Vermelha (2014): – Avaliado em R$ 120.000,00

Combustível gasolina, hodômetro marcando 115.009 km. Carro em bom estado de uso e conservação.

Foto: Reprodução

  • I/Ram 2500 Laramie Branca (2021) – Avaliado em R$ 420.000,00

Combustível diesel, cabine dupla, hodômetro marcando 29.060 km. Carro em ótimo estado de uso e conservação.

Foto: Receita Federal/Divulgação

  • Embarcação Motoaquática GTI SE 155 (sem foto) – Avaliada em R$ 70.000,00

Modelo de 2014, na cor preto e laranja, em bom estado de conservação e funcionamento.

Caso Braiscompany

A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.

Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.

No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, mas os sócios não foram encontrados.

O nome da operação, Halving, é em alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado.

Em abril deste ano, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma nova operação da Polícia Federal contra a Braiscompany. As ações da PF acontecem em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e na cidade de São Paulo.

De acordo com a PF, a operação, batizada de Select, é um desdobramento da operação Halving, que aconteceu em fevereiro. O objetivo da ação desta terça-feira é apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. O nome da operação é alusivo ao grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa, entre as vítimas do suposto esquema. Em Campina Grande, as buscas foram nos bairros do Jardim Paulistano, no Centro e em um condomínio de luxo.

Com g1 PB

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