Montadas (PB) – A Justiça Eleitoral decidiu quebrar os sigilos bancário e telefônico do prefeito de Montadas, José Romero Martins dos Santos, da vice-prefeita Edivânia Porto, e de mais cinco aliados políticos. A medida faz parte de uma investigação que apura se eles usaram ações sociais para tentar influenciar as eleições de 2024.
A denúncia foi feita pela coligação “Por Amor a Montadas” e aponta que, desde agosto de 2023, o grupo teria criado uma espécie de “prefeitura paralela”, usando a estrutura da empresa Benvenuto Recepções e programas como “Bem Viver” e “Mais Saúde Montadas”. Segundo a acusação, eles fizeram festas, exames médicos, viagens e até promessas de doação de casas, tudo com interesse político.
A juíza Carmen Helen Agra de Brito autorizou a quebra dos sigilos depois de ouvir testemunhas em uma audiência no dia 7 de maio. Ela também mandou que os investigados entreguem seus celulares, sob pena de busca e apreensão. A decisão atinge:
- José Romero Martins dos Santos – Prefeito
- Edivânia Porto – Vice-prefeita
- Valdez Freire de Andrade (“Fofão”) – Vereador
- José Romildo Gonçalves – Secretário da Assistência Social
- Carlos Guilherme Barbosa dos Santos – Chefe de Gabinete
- Lucian Wanderson Silva Araújo – Secretário de Esportes
- Kaíque Flávio Santos Almeida – dono do “Mais Saúde Montadas”
As quebras de sigilo vão analisar movimentações bancárias, cartões de crédito e comunicações por WhatsApp, e-mails, vídeos e áudios entre agosto de 2023 e outubro de 2024. Os dados serão verificados pelo Ministério Público e por órgãos especializados em lavagem de dinheiro.
Também foi determinado o envio de documentos da clínica “Mais Saúde Montadas” e a apuração de um casamento comunitário realizado em 2024, que pode ter sido financiado com fins eleitorais.
A defesa do grupo disse que tudo foi feito com doações voluntárias e fora do período eleitoral. Mas a Justiça considerou esses argumentos fracos e sem provas. A juíza afirmou que as quebras de sigilo são necessárias para descobrir a verdade e proteger a justiça nas eleições.
Se forem condenados, o prefeito, a vice e o vereador “Fofão” podem perder os mandatos de forma imediata. Além disso, todos os envolvidos podem ficar inelegíveis por 8 anos, sem poder disputar cargos públicos nem por concurso.
Redação com assessoria